19 de setembro de 2015

Comunicação: o princípio básico

Acreditamos que iniciativas culturais e políticas precisam, cotidianamente, ser protagonizadas por novos atores e sujeitos sociais, constituindo novas redes de organização e atuação cultural e política

Ilustração: Steve Cutts / Via stevecutts.com




O Direito à Comunicação se baseia na prerrogativa de garantir a boa informação, mas também de ampliar a capacidade de informar dos diversos setores da sociedade. O debate que se pretende agendar compreende que a Comunicação é um processo de diálogo, no qual é necessário se garantir a expressão das diversas vozes. Todavia, o Direito à Comunicação difere do conceito de Liberdade de Expressão. Ele é mais amplo e leva em consideração que o espectro e a informação são bens públicos e devem ser garantidos a todos.

Acreditamos que iniciativas culturais e políticas precisam, cotidianamente, ser protagonizadas por novos atores e sujeitos sociais, constituindo novas redes de organização e atuação cultural e política. A construção de novos espaços de cultura e compartilhamento entre universidade e comunidade, cultura e comunicação, educação e organização são fundamentais na sociedade.

A conjuntura política contemporânea também reforça a urgência do debate, considerando a confusão simbólica entre os conceitos de “liberdade de imprensa, liberdade de expressão e liberdade de empresa”, cada dia mais presentes no cotidiano do paraibano. Salienta-se a sintomática disparidade entre concessões públicas vinculadas à indústria cultural local, e a grande maioria da produção cultural paraibana, alijada de espaço de divulgação nestes meios.

Tal conjuntura exige não só a urgente elaboração de políticas para o setor, mas também o fortalecimento de alternativas para o enfrentamento sistemático e simbólico, através da formação de atores capacitados e de ferramentas como rádios comunitárias, blogs, produção jornalística, de conteúdo e de audiovisual independentes.

Nossa proposta busca colaborar para suprir a necessidade de formação de sujeitos conscientes da importância da democratização dos meios, das suas implicações na produção cultural local, bem como da importância dos meios no processo de formação de subjetividades e identidades culturais.

Democratizar a comunicação é necessário e urgente.